A eficiência produtiva dos bovinos tem início na nutrição, sendo esta um dos pilares fundamentais da pecuária moderna. A diferenciação entre os tipos de alimentos ofertados é crucial para o sucesso na produção de leite ou carne. Dentro da formulação de dietas, dois grupos se destacam: volumosos e concentrados. Embora ambos sejam indispensáveis, seus papéis são distintos, e o uso inadequado pode comprometer o desempenho do rebanho.
Os alimentos volumosos, como pastagens, silagens, fenos e resíduos fibrosos, possuem alto teor de fibras e ocupam grande volume no rúmen. Sua principal função é estimular a ruminação e manter a estabilidade do pH ruminal, promovendo um ambiente ideal para a digestão microbiana. A importância da qualidade da fibra, como a digestibilidade da FDN, é bem estabelecida. Silagens mal fermentadas ou pastagens degradadas podem reduzir o consumo voluntário e impactar negativamente a saúde digestiva e a produtividade dos animais.
Já os alimentos concentrados, como milho, soja e farelos, fornecem alta densidade energética ou proteica em pequena quantidade. Eles são essenciais para atender às exigências nutricionais de animais em fase de crescimento acelerado ou alta produção leiteira. No entanto, seu uso excessivo pode ocasionar acidose ruminal, redução do teor de gordura no leite e problemas locomotores, como laminite, todos relacionados ao desequilíbrio na fermentação ruminal.
Em vacas de alta produção, o volumoso de qualidade compõe a base da dieta, enquanto o concentrado supre as demandas energéticas extras, evitando a mobilização de reservas corporais. Esse conceito é amplamente aplicado nas dietas total e parcialmente misturadas, utilizadas em sistemas intensivos. Já em contextos extensivos, o pasto pode ser a única fonte durante parte do ano, exigindo suplementações estratégicas na seca para manter o desempenho. A importância do equilíbrio entre volumoso e concentrado também está relacionada à qualidade do leite produzido, influenciando diretamente parâmetros como gordura, proteína e sólidos totais.
A formulação de dietas deve considerar a disponibilidade dos ingredientes, os objetivos zootécnicos (ganho de peso, lactação, manutenção) e as exigências nutricionais de cada categoria animal. Além disso, fatores como método de fornecimento e a adaptação do rebanho à dieta influenciam diretamente a eficiência alimentar e o bem-estar.
