Em tempos de agricultura regenerativa e economia circular, um resíduo do setor lácteo está ganhando um novo papel: o lodo de estações de tratamento de efluentes. Rico em matéria orgânica e nutrientes, esse subproduto pode ser transformado em fertilizante de alto valor agronômico, reduzindo custos, emissões e desperdícios.
O que é o lodo de efluente?
É o material semissólido gerado durante o tratamento biológico de águas residuais, comum em indústrias alimentícias, como laticínios. Normalmente, esse lodo é tratado, desidratado e descartado em aterros ou incinerado.
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Oportunidade: reaproveitar como biofertilizante
Esse lodo pode conter:
- Nitrogênio, fósforo, potássio
- Matéria orgânica estabilizada
- Micronutrientes
Com o tratamento adequado, é possível:
- Reduzir a carga patogênica e odores
- Garantir estabilidade química e sanitária
- Cumprir exigências legais (como CONAMA 375/2006)
Como é feito o processo
- Adensamento e desidratação: concentração dos sólidos
- Estabilização (compostagem, calagem, secagem térmica): elimina microrganismos e reduz volume
- Formulação e mistura com outros insumos: para ajustes NPK e densidade
Vantagens agronômicas
- Melhoria do solo: aporte de C orgânico e estrutura
- Liberação lenta de nutrientes
- Redução de custos com fertilizantes minerais
Estudos que comprovam
Um estudo demonstrou que o uso de lodo compostado aumentou o rendimento do milho e melhorou os teores de carbono e nitrogênio no solo (Elsalam et al., 2021). Em outra pesquisa, a aplicação de biossólido em solo ácido manteve alta produtividade de milho, mostrando o potencial agronômico sustentado do resíduo (Prates et al., 2022).
Essas aplicações locais dialogam com tendências globais de inovação. Uma revisão recente destacou tecnologias que buscam reduzir os impactos ambientais dos fertilizantes, incluindo o uso de resíduos orgânicos tratados como fonte de nutrientes, como o lodo industrial. A combinação de tratamento adequado e aplicação estratégica pode reduzir perdas de nitrogênio, melhorar a eficiência agronômica e mitigar emissões de gases de efeito estufa, reforçando o papel do lodo como alternativa sustentável (Krein et al., 2023).
Considerações finais
Transformar lodo de efluente em fertilizante é um exemplo prático de ciclo fechado, que alia sustentabilidade, eficiência econômica e valorização de resíduos. Para o setor lácteo, essa solução pode gerar ganhos ambientais e abrir portas para novos mercados.
Do resíduo ao recurso: a agricultura do futuro começa aqui.
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