Quando o assunto é produção de derivados lácteos, cada etapa — da recepção do leite até a embalagem — exige atenção, controle e rastreabilidade. Não basta apenas saber o que acontece no processo: é preciso comunicar bem e padronizar essas etapas. E aí entra o fluxograma de produção, uma ferramenta visual que ajuda a enxergar o todo com clareza e eficiência.
Apesar disso, muitas indústrias ainda tratam o fluxograma como mera formalidade de auditoria. Pior: criam diagramas improvisados no PowerPoint ou em planilhas confusas, sem padronização ou aplicabilidade prática.
Por que investir em um bom fluxograma?
Um fluxograma técnico e funcional é essencial para garantir eficiência operacional, segurança de alimentos e conformidade com legislações, como a RDC 275/2002 da Anvisa e os princípios do Codex Alimentarius.
Além disso, quando bem elaborado, ele se torna um instrumento estratégico de gestão, ajudando a identificar gargalos, facilitar treinamentos e estruturar o APPCC.
Como montar seu fluxograma de produção
1. Mapeie o processo na prática (nada de achismo!)
O primeiro passo é ir a campo. Caminhe pela planta, observe com atenção e converse com os operadores. Veja o fluxo real do leite, do momento em que ele entra na indústria até sua expedição. Esse levantamento prático é essencial — e pode ser feito com papel, caneta e prancheta mesmo.
2. Defina os blocos principais do processo
Com base no mapeamento, organize o processo por áreas ou setores. Por exemplo:
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Recepção e análise do leite
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Pré-processamento (filtragem, padronização, pasteurização)
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Processamento específico (como a produção de iogurte, queijo, manteiga, etc.)
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Envase e rotulagem
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Armazenamento e expedição
Essa organização facilita a compreensão e torna o fluxograma mais útil para diferentes perfis de público.
3. Utilize símbolos padronizados
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🔵 Início/Fim
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⬛ Processo
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🔽 Decisão
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➡️ Setas de fluxo
4. Desenhe com ferramentas apropriadas
Evite improvisações. Há ferramentas gratuitas e profissionais que facilitam a construção, edição e compartilhamento de fluxogramas, inclusive em ambientes colaborativos.
Ferramentas para elaborar seu fluxograma:
Dica de ouro
Se o seu fluxograma integrar os Pontos Críticos de Controle (PCC) e as ações de monitoramento, ele deixa de ser apenas um diagrama e se transforma em uma base visual poderosa para o APPCC.
Vai além de “mostrar o caminho”
Aliás, aqui no Derivando Leite, você pode acessar um fluxograma prático para investigação de defeitos em leite UHT — uma prova de que essa ferramenta vai muito além de simplesmente descrever o processo. Ela também serve para análise, diagnóstico e tomada de decisão técnica.