Por que usar ímãs na indústria evita riscos físicos?

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Quando pensamos em segurança dos alimentos, é comum nos preocuparmos com bactérias, toxinas e resíduos químicos. No entanto, um dos riscos mais silenciosos — e muitas vezes negligenciado — é o perigo físico. Na indústria de laticínios, partículas metálicas provenientes de válvulas, bombas, tanques ou mesmo desgaste de equipamentos podem contaminar produtos como leite, queijo ou manteiga.

Esses fragmentos não só representam risco à saúde do consumidor, como também podem resultar em autuações durante auditorias de órgãos reguladores como o MAPA, ou até mesmo em recalls de produtos.

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Esses contaminantes podem ter origem tanto em falhas técnicas quanto no desgaste natural dos equipamentos, especialmente em linhas de processamento com alta abrasão ou vibração mecânica (Payne, 2023).

Como os Ímãs Industriais Ajudam?

Uma solução simples e eficaz para esse problema é o uso de ímãs industriais de alta intensidade. Eles funcionam como uma barreira física e preventiva, retendo partículas metálicas antes que elas contaminem o lote de produção.

 Pontos estratégicos de instalação:

  • Túneis de transporte de leite fluido → ímãs de barra ou cartucho

  • Ciclones e sistemas de envase de leite em pó → grades magnéticas

  • Dutos de transporte de sólidos → placas magnéticas

Tipos de ímãs mais usados:

  • Ímãs de barra/cartucho – comuns em linhas de leite fluido

  • Grades magnéticas – eficazes para produtos em pó como leite ou soro

  • Placas magnéticas – utilizadas em chutes e calhas de transporte

  • Ímãs de Neodímio – alta intensidade, capazes de reter partículas ultrafinas de aço inox com baixo cromo

Monitoramento, Validação e Certificação

A simples instalação do ímã não garante segurança contínua. É fundamental realizar monitoramento constante, validação técnica e possuir certificação conforme normas internacionais.

1. Monitoramento: Controle Diário

  • Inspeções visuais periódicas para limpeza e verificação da presença de partícula

  • Registros documentados de inspeções e manutenções

  • Corpos de prova metálicos (esferas padrão) para testes operacionais rotineiros

2.  Validação: Comprovar Efetividade

  • Teste de força magnética (Pull Test): mede a força em gauss — aplicações críticas exigem no mínimo 10.000 Gauss

  • Testes simulados com limalhas metálicas inseridas no processo

  • Análise da posição e fluxo de produto, garantindo que o ímã esteja no ponto mais eficiente

3. Certificação: Conformidade Normativa

  • Certificações como ISO 22000 / FSSC 22000 exigem controle documentado de perigos físicos

  • Normas como BRCGS e IFS demandam validação e verificação periódica de dispositivos magnéticos

  • Fornecedores devem emitir laudos técnicos com força magnética, composição do material e adequação sanitária (Manitoba Agriculture)

Papel nos Planos HACCP

Os ímãs industriais são considerados uma medida preventiva e corretiva dentro dos sistemas HACCP (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle). Seu uso ajuda a:

  • Evitar contaminações cruzadas e recalls

  • Reduzir perdas financeiras e risco reputacional

  • Atender auditorias internas e externas de forma eficaz

  • Proteger a saúde e confiança do consumidor final

Além disso, ímãs complementam a atuação de detectores de metais, aumentando a redundância da segurança alimentar em pontos críticos da linha.

Conclusão

Embora invisíveis ao consumidor, ímãs industriais são peças-chave na segurança dos alimentos. Eles funcionam como filtros silenciosos, capturando ameaças físicas que podem comprometer a qualidade dos produtos lácteos. Implementar, validar e monitorar esses dispositivos é essencial para garantir conformidade normativa, eficiência produtiva e, acima de tudo, a segurança do alimento que chega à mesa do consumidor.

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Foto de Marieli Rosseto

Marieli Rosseto

Doutora e mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos, graduada em Tecnologia de Alimentos e Agronegócio. Especialista em Qualidade, Segurança de Alimentos e Educação Inclusiva, atua como especialista de processos na indústria de soro de leite e professora na área de qualidade no setor lácteo. Na pesquisa, dedica-se ao desenvolvimento de soluções sustentáveis para a indústria de alimentos, como filmes biodegradáveis a partir de resíduos. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8172882358532158

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